segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Bóson de Higgs é eleito a descoberta do ano pela "Science"
RAFAEL GARCIA
EM WASHINGTON
A detecção do bóson de Higgs, a partícula elementar que confere massa à matéria, chegou ao fim de 2012 no topo da lista da revista "Science" que elege as descobertas mais importantes do ano.
Editada pela AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), a revista também destacou o pouso do jipe Curiosity em Marte e o experimento que usou células-tronco para criar óvulos de camundongos.
A escolha do bóson de Higgs pelo comitê da AAAS que determina a lista era esperada.
A revista, porém, deu boa parte do crédito pela descoberta a físicos teóricos que previram as manifestações da partícula -trabalho feito ao longo de 40 anos.
A detecção do bóson no acelerador de partículas LHC, anunciada na Suíça em julho, foi o ápice de uma empreitada que completou, finalmente, o Modelo Padrão, a teoria que explica as partículas elementares, como o elétron e o fóton (partícula de luz). O bóson foi a última peça da teoria a ser observada.
"A descoberta não foi uma surpresa, porque era o que se esperava achar. Ela veio mais como um alívio", diz Robert Coontz, vice-editor da "Science", sobre as razões da escolha do prêmio. "Se o bóson não tivesse sido encontrado, seria preciso repensar tudo seriamente."
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Logo após o anúncio, especulou-se que o Prêmio Nobel em Física de 2012 seria dado a Peter Higgs e aos outros cientistas responsáveis pela previsão teórica da partícula, o que não ocorreu.
Os físicos já sabem que o bóson de Higgs existe, mas ainda não têm dados suficientes para saber quais exatamente são as propriedades da partícula.
A despeito da importância da descoberta, esse tipo de incerteza costuma impor uma certa lentidão à escolha do Nobel.
Em 2013, de qualquer forma, o LHC passará por um processo de manutenção que permitirá dobrar sua potência.
Espera-se que, quando o acelerador de partículas estiver produzindo colisões mais fortes, novas descobertas fiquem ao alcance dos físicos.
ENGENHEIROS EM MARTE
O único item da lista da "Science" que denota mais um sabor de ansiedade do que de vitória foi a escolha do jipe Curiosity como um dos destaques do ano.
Havia grande expectativa de que os cientistas do projeto anunciariam a descoberta de moléculas orgânicas complexas no solo marciano, o que não ocorreu.
Apesar de o principal objetivo científico da missão marciana ainda estar em aberto, o sucesso da meta de engenharia do projeto -pousar um jipe de 3,3 toneladas em Marte- foi comemorado com estardalhaço.
A Nasa já fala em enviar a Marte um jipe similar, mas com instrumentos científicos diferentes.
Fonte: Folha de São Paulo
sábado, 15 de dezembro de 2012
O mundo não vai acabar em 2012. Mas o que vem depois?
Os maias não previram o fim do mundo. Segundo a ciência, nenhum planeta errante ou alinhamento cósmico vai acabar com Terra no dia 21 de dezembro. Mesmo assim, a humanidade vive em permanente risco
Guilherme Rosa
Os dinossauros foram extintos por um asteroide gigante que atingiu a Terra há 65 milhões de anos. Seremos os próximos?
O planeta Terra existe há 4,6 bilhões de anos. Os primeiros sinais de vida surgiram há 3,8 bilhões, quando bactérias primitivas começaram a se formar a partir de rudimentares moléculas orgânicas. Dali em diante, por meio do processo de seleção natural, surgiram numerosas outras espécies de seres vivos, que transformaram o planeta outrora estéril em uma Terra cheia de vida. Há 200.000 anos, esse longo processo de evolução culminou nos Homo sapiens. Nos milênios seguintes, o homem construiu grandes civilizações por todo o planeta e, com avanço de sua tecnologia, começou até a explorar outros mundos. Para aqueles que acreditam no apocalipse maia, essa rica história tem hora marcada para terminar: no dia 21 de dezembro, próxima sexta-feira.
Segundo os profetas do fim do mundo, algum misterioso cataclismo deverá atingir a Terra nos próximos dias e pôr fim a toda a vida em sua superfície — dos homens às bactérias. Para os cientistas, no entanto, a profecia é uma bobagem. O mundo não acaba no ano 2012. Mas isso não quer dizer que a história do planeta — e da vida nele — vá durar para sempre.
Os profetas do apocalipse maia se baseiam em inscrições realizadas em pedaços de pedra com mais de mil anos, descobertas no século 20 e mal interpretadas desde então. Essas inscrições representariam o calendário usado pelo povo maia, que duraria exatos 5.125 anos e teria fim precisamente no próximo dia 21. Daí para concluir que eles previram o fim do mundo foi um pulo. Um dos primeiros a destacar essa data foi o escritor americano — e teórico da Nova Era — José Argüelles. No livro O Fator Maia, escrito há 25 anos, ele misturou misticismo, astrologia e arqueologia para dizer que os maias previram que 2012 marcaria uma nova era de paz e harmonia na Terra.
A ideia foi ganhando adeptos — principalmente dentro das fileiras do misticismo e da ufologia — e se transformando até que 2012 passasse a representar o fim da espécie humana. Com a proximidade da data, o apocalipse maia virou um fenômeno pop. Foi tema de filmes, revistas, livros, palestras. Segundo uma pesquisa da Ipsos Global Public Affairs, pelo menos 10% das pessoas ao redor do mundo sentem algum tipo de medo ou ansiedade em relação à data. Mas, quando elas acordarem no dia 22 e nada tiver mudado, existe um povo que elas não poderão culpar pelo engano: os próprios maias.
Calendários e ciclos — Em outubro, líderes religiosos maias se reuniram na Guatemala. Eles faziam parte de um grupo chamado Oxlajuj Ajpop, que tem por função defender as tradições de seu povo. Todos se diziam ultrajados com o que estava sendo veiculado sobre as previsões de fim do mundo. "Nós estamos nos pronunciando contra a falsidade, as mentiras e a distorção da verdade, que nos transformam em folclore em busca de lucros. Eles não estão dizendo a verdade sobre os ciclos de tempo", disse Felipe Gomez, líder do Oxlajuj Ajpop à agênciaFrance-Presse.
Os maias foram uma civilização avançada que habitou o sul do México e o norte da Guatemala entre os anos 1.800 a.C. e 950 d.C. Eles foram capazes de decifrar e prever o movimento de estrelas e planetas por anos. Pensavam também que pela leitura dos astros poderiam antever como as coisas aconteceriam aqui na Terra. Mesmo assim, nunca previram o fim do mundo.
Acontece que o calendário mencionado pelos que esperam pelo apocalipse é apenas um dentre os muitos que os maias usavam. Ele é o calendário de contagem longa, que estipula grandes unidades de tempo. Nele, cada 20 anos (ou tuns, como eram chamados) formavam um katun. Cada 20 katuns formavam um baktun, sua maior unidade de tempo. Depois de 13 baktuns, ou 5.125 anos, o calendário recomeçava do zero. Segundo as evidências arqueológicas, é esse recomeço que está marcado para o próximo dia 21.
Mas isso não queria dizer muita coisa. Pesquisadores sérios, que se debruçaram sobre as inscrições, dizem que os maias encaravam o fim do calendário como o fim de uma era. Depois de chegar à data final, a contagem de tempo simplesmente recomeçaria – como os ocidentais fazem quando seu calendário chega ao dia 31 de dezembro.
Não existe nenhum texto maia falando sobre o apocalipse propriamente dito. Já foram encontradas inscrições falando sobre eras anteriores e posteriores à atual. O arqueólogo William Saturno, da Universidade de Boston, encontrou no sítio arqueológico de Xultun, na Guatemala, murais maias representando cálculos matemáticos que iam até 7.000 anos no futuro, bem depois do previsto fim do mundo.
Rota de colisão – Na verdade, a apocalipse maia tem mais a dizer sobre a sociedade atual do que sobre os próprios maias. Apesar de continuamente desmentidas por cientistas, as teorias do fim do mundo continuam aparecendo de tempos em tempos, estejam elas registradas em livros, como as profecias de Nostradamus, ou nos hardwares de computadores, como o Bug do Milênio. Os boatos apocalípticos sempre correram mais rápido do que o desmentido científico - e agora contam com a velocidade da internet. Uma simples busca no Google pelos termos maia e fim do mundo retorna 102.000.000 resultados.
Uma das teorias mais populares que surgiram a partir da profecia maia diz respeito a Nibiru, um planeta desconhecido que iria colidir com a Terra no final de 2012. A ideia tem início nos escritos do autor azerbaijano Zecharia Sitchin. A partir de interpretações muito pessoais da mitologia babilônica, ele afirmava que a Terra teria sido colonizada por alienígenas vindo do planeta Nibiru, localizado além de Netuno e com uma órbita elíptica de 3.600 anos em torno do Sol. Apesar de contestado pelos historiadores, que diziam que sua ideia não tinha nenhuma base nos registros da Babilônia, a ideia prosperou, foi adotada por toda sorte de místicos nos anos 1990 e acoplada ao apocalipse maia.
Uma busca no Google pelas palavras Nibiru e 2012 retorna 13.600.000 resultados. A repercussão do boato sobre um planeta invisível em rota de colisão com a Terra atingiu até mesmo os cientistas da Nasa. David Morrison, pesquisador do Instituto de Astrobiologia da Nasa, diz que recebe mais de 20 e-mails por semana perguntando sobre o tema e resolveu responder ao boatos em um texto postado no site da agência. "Para um astrônomo, as declarações persistentes sobre um planeta que está, ao mesmo tempo, próximo e invisível é ridícula", escreveu. Segundo o pesquisador, se o planeta existisse teria sido visto por milhares de astrônomos amadores. Além disso, desde o começo de 2012, o planeta estaria visível para qualquer um que olhasse para o céu. "Ninguém pode esconder um planeta que vai nos atingir em um ano."
Outra teoria usada para explicar o fim do mundo próximo cita um excêntrico alinhamento cósmico que faria, no dia 21, com que a Terra, o Sol e o buraco negro no centro de nossa galáxia ficassem em uma mesma linha reta. Para os profetas, a gravidade decorrente desse processo causaria danos irrecuperáveis ao nosso planeta. Segundo a Nasa, no entanto, esse fenômeno é muito comum e não tem nenhuma consequência gravitacional bizarra. "Isso acontece todo dezembro, sem nenhuma consequência ruim, e não há nenhuma razão para esperar que 2012 será diferente de qualquer outro ano", disse David Morrison, em mais um documento em que a ciência rebate os boatos apocalíticos.
Ciência do fim do mundo — Apesar de baterem de frente com os defensores do apocalipse maia, os cientistas não afirmam que a vida humana vá durar para sempre. Ao contrário, eles sabem que a história dos Homo sapiens, e da civilização que conseguiram construir no terceiro planeta do Sistema Solar, terá de chegar ao fim - em um futuro ainda distante. Daqui a um bilhão de anos, a radiação solar deve aumentar de intensidade a ponto de queimar o que estiver vivo e evaporar toda a água da Terra. Se o homem conseguir bolar algum jeito de sobreviver, em quatro bilhões de anos a Galáxia de Andrômeda deve se chocar com a Via Láctea, causando uma série de colisões estelares. Se a Terra passar incólume, em cinco bilhões de anos o Sol se tornará uma estrela gigante vermelha, e consumirá o planeta em suas chamas.
Mas não é necessário esperar tanto tempo. No passado, extinções em massa já foram causadas pela atividade vulcânica e por mudanças climáticas. Há 65 milhões de anos, o impacto de um asteroide causou a extinção dos dinossauros. Não se sabe quando esses tipos de eventos podem voltar a acontecer. Segundo alguns cálculos, pelo menos 99% das espécies que já habitaram o planeta estão extintas. Até quando a humanidade pode driblar seu destino inescapável?
Com o avanço tecnológico, os prognósticos se tornam, paradoxalmente, menos otimistas. Por 200 milênios, os humanos foram capazes de sobreviver aos desastres naturais, mas agora começaram a criar seus próprios riscos. Foi só no século 20 que eles se tornaram capazes de criar uma tecnologia com potencial de exterminar toda a vida na Terra: a bomba atômica. Em 1947, pesquisadores da Universidade de Chicago criaram o Relógio do Juízo Final, para medir o quanto a humanidade está perto de acabar com sua própria existência. No início, só levavam em conta os perigos da guerra nuclear, mas já adotaram o aquecimento global em seus cálculos. Hoje, o relógio está a cinco minutos da meia-noite.
Segundo o astrofísico inglês Martin Rees, professor da Universidade de Cambridge e autor do livro Hora Final - Alerta de Um Cientista (Companhia das Letras), as chances de a humanidade sobreviver ao século 21 são de apenas 50%. Isso por causa do desenvolvimento de novas tecnologias que podem ter impacto global, como o terrorismo biológico e a nanotecnologia. Em 2008, pesquisadores reunidos na Universidade de Oxford para participar da Conferência de Riscos Catastróficos Globais previram o risco de extinção humana no próximo século como sendo de 19%. O próprio astrônomo inglês Stephen Hawking propôs que a humanidade deve abandonar a Terra e colonizar outros planetas se quiser escapar da extinção.
Correndo contra o tempo — Os cientistas, no entanto, não defendem que fiquemos parados frente a estes prognósticos desastrosos. Duas das mais importantes universidades do mundo já criaram centros dedicados a estudar os riscos que podem pôr fim à vida humana e a pensar, se possível, em modos de preveni-los. Em 2005, a Universidade de Oxford criou o Instituto do Futuro da Humanidade dentro de sua Faculdade de Filosofia. Em 2012, a Universidade de Cambridge uniu pesquisadores da filosofia, cosmologia e do desenvolvimento de softwares para dar início ao Centro para o Estudo do Risco Existencial.
Segundo o filósofo Nick Bostrom, diretor do centro de Oxford, existem diversos tipos de eventos que podem ameaçar a humanidade. Em um dos primeiros estudos do tipo, ele classifica os riscos conforme sua localidade e intensidade. Existem eventos locais e toleráveis, como seria o caso de um intenso apagão que atinja todo o continente americano. É claro que esse tipo de desastre é preocupante e pode levar uma parte da humanidade de volta à era pré-industrial, mas mais perigosos são os eventos globais e terminais. Bostrom chama esse tipo de evento de Risco Existencial, pois levaria à extinção do Homo sapiens.
O filósofo sustenta que os cientistas e governantes devem agir agora em relação a esses riscos, pois, quando acontecerem, não haverá tempo para reação. "Nossa abordagem aos Riscos Existenciais não pode ser a da tentativa e erro. Não existe oportunidade de aprender com o erro", escreve. Já existem diversos projetos nesse sentido. A Nasa mapeia o espaço em busca de todos os grandes asteroides e cometas que ameacem se chocar com a Terra. Pesquisadores se reúnem regularmente para estudar e inventar maneiras de combater o aquecimento global – embora os governos não costumem ajudar. Existem tratados internacionais de não proliferação de armas biológicas e nucleares. Cientistas de todas as partes do planeta fundaram grupos dedicados estudar maneiras seguras de desenvolver a nanotecnologia e a inteligência artificial.
Com tanto em jogo, cada possível cenário catastrófico deve ser analisado, por mais inverossímil que pareça. Em 1983, o astrônomo Carl Sagan escreveu um documento sobre os perigos trazidos pelas bombas nucleares cada vez mais avançadas. Ele comparou o risco de uma guerra nuclear que matasse centenas de milhões de pessoas com o risco de uma guerra que exterminasse toda a humanidade – como parecia cada vez mais provável. "Se formos calibrar a extinção em termos numéricos, temos que incluir o número das pessoas de gerações futuras, que serão impedidas de nascer. A guerra nuclear põe em perigo todos os nossos descendentes, até quando os seres humanos seriam capazes de existir", escreve. Segundo seus cálculos, a extinção representaria a morte de mais de 500 trilhões de pessoas. "A extinção é a ruína de todo o empreendimento humano", conclui Sagan. Hoje, quando os perigos criados pelo homem são maiores e mais numerosos do que a guerra nuclear, o cuidado é ainda mais necessário. Baixar a guarda pode ser fatal.
domingo, 2 de dezembro de 2012
VEJA CIÊNCIAS
Imagem do disco de gás e poeira ao redor da anã marrom ISO-Oph 102 (ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/M. Kornmesser (ESO))
Anãs marrons podem originar planetas rochosos
Um estudo do ESO encontra pela primeira vez grãos milimétricos e monóxido de carbono gasoso em torno de uma estrela fracassada, condições para a formação de planetas rochosos.
Um dos maiores desafios da astrofísica atual é a busca por planetas rochosos. Até o momento, as observações avistaram centenas de candidatos, todos orbitando alguma estrela mais ou menos parecida com o nosso Sol. Uma nova pesquisa realizada pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) mostra que talvez devêssemos buscá-los também ao redor de objetos mais improváveis: como anãs marrons. Caso se confirme, essa descoberta tem o potencial de ampliar — e muito — as regiões do Universo para as quais os astrofísicos olham na caça por planetas de composição semelhante a da Terra. Afinal, no espaço existem tantas anãs marrons quanto estrelas.
Leia mais em:
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/anas-marrons-podem-originar-planetas-rochosos
sábado, 1 de dezembro de 2012
Controle na imigração dificulta ingresso de estrangeiros no Brasil
Neste ano, 5,3 mil estrangeiros foram impedidos de entrar no País, enquanto só 2 mil brasileiros foram barrados no exterior até julho.
Fonte: Estadao.com.br
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
GABARITO DA PRIMEIRA FASE DA FUVEST 2013
Se tiver alguma dificuldade para ler, clique sobre a imagem para ampliá-la e confira o gabarito da Primeira Fase da Fuvest.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Harvard para as massas
24/07/2012 - 03h00
De todas as promessas de revolução, a da educação on-line está cada vez mais próxima.
E não sou eu quem diz isso. Mas o pessoal de Harvard, MIT, Princeton, Stanford. Essas e outras universidades americanas de excelência estão fazendo um movimento histórico de transferir seus cursos para plataformas digitais e oferecê-los para o mundo todo, boa parte deles, gratuitamente.
Você só precisa de duas coisas para acessar esses templos do ensino: falar inglês e ter uma conexão digital. São duas coisas que você já precisa "anyway".
Com o inglês e a conexão digital, você pode entrar nos sites coursera.org (para se inscrever em cursos gratuitos de Stanford, Princeton, Caltech, Rice, Johns Hopkins e outras universidades de ponta) ou edxonline.org (para cursos em Harvard e MIT) e escolher sua poltrona preferida para acompanhá-los.
Harvard e MIT começam a oferecer seus cursos no edX a partir de setembro e esperam educar nada menos de 1 bilhão de pessoas com seu serviço digital. Ou um em cada sete habitantes do planeta educados por Harvard ou pelo MIT. Isso não é uma revolução?
Essas universidades prometem uma nova experiência na educação on-line, com maior interatividade aluno-professor e um intenso "feedback" que possa ajudá-las a reprogramar seus currículos para a maciça audiência global.
Não sou um educador, mas, como embaixador da Unesco e membro do Todos pela Educação, sou um empregador comprometido com a educação. Vejo frequentemente no meu setor a necessidade de reformar o ensino para aproximá-lo do mercado de trabalho. A revolução da educação on-line pode ajudar muito nesse processo ao aproximar a educação das pessoas e as pessoas, da educação.
Um professor da Universidade de Michigan disse ao "New York Times" que estava animadíssimo porque 40 mil alunos do mundo todo tinham baixado o vídeo do seu curso, o que, nas contas, dele era uma audiência que só alcançaria em 200 anos de aulas tradicionais. A Coursera conseguiu 700 mil alunos on-line em poucas semanas de atividade.
Como tanta coisa nesta era da comunicação, este é um momento disruptivo na educação. E estamos vendo só o começo do começo. O diretor acadêmico de Harvard previu que daqui a cinco anos a educação on-line será completamente diferente do que temos hoje. O que não parece que vai mudar é a tendência de acesso cada vez maior, brutalmente maior, à educação via web.
Isso me anima vendo o mundo do Brasil.
Depois dos saltos que demos nas últimas duas décadas, fica claro que a maior carência do nosso país e o trampolim inescapável para o próximo salto de desenvolvimento é a educação.
Já temos uma mão de obra numerosa e fantástica. O brasileiro trabalha muito, é dedicado, empreendedor, criativo. Quem não conhece aquele camarada que tem dois, três empregos e vai firme para todos; ou aquele pequeno empreendedor, muitas vezes informal, se virando como pode, com uma flexibilidade aguda, natural e muito valiosa para os negócios.
O que falta a eles para o salto transformador é a educação. Esse empresariado emergente, com acesso à educação e às melhores práticas de gestão, levará a economia brasileira a outro patamar. Os cursos on-line são a forma mais rápida, barata e eficaz de fazê-lo.
Nossas universidades púbicas, que formam a elite do ensino brasileiro e já têm iniciativas no mundo on-line, poderiam radicalizar seu caráter público com cursos digitais gratuitos pela web para todo o país, eventualmente apoiados por corporações que tanto se beneficiarão da revolução da educação.
Vivemos uma nova era de grandes descobrimentos. O homem só descobriu que a Terra era azul ao sair do planeta. Educar-se é sair de si mesmo em busca de um conhecimento do mundo e das coisas. Essa viagem da educação é a viagem da sua vida. Você se descobre outro depois dela.
Nosso país se descobrirá de novo depois dela.
A diferença é que desta vez seremos nós a nos descobrir. Será a nossa verdadeira emancipação, a nossa emergência definitiva.
Nizan Guanaespublicitário baiano, é dono do maior grupo publicitário do país, o ABC. Escreve às terças-feiras, a cada duas semanas, no caderno 'Mercado'.
Fonte: Folha de São Paulo
sábado, 17 de novembro de 2012
Curiosidade
Misterioso monge mecânico foi construído há 450 anos e ainda funciona
Este firme monge mecânico é uma maravilha dos primeiros anos da automação; possivelmente construído em 1560.
Ele é um dispositivo totalmente automotor, com todas as suas engrenagens escondidas sob sua capa. Hoje, o monge mecânico ainda pode andar por aí, movendo sua boca e braços numa reza silenciosa.
A origem desta maravilha mecânica é misteriosa, embora sua criação seja sempre atribuída a Juanelo Turriano, um relojoeiro espanhol do século XVI que servia ao imperador romano Carlos V.
Elizabeth King, uma artista e professora de artes que se especializou em esculturas móveis, fala sobre o mistério do monge mecânico e as tentativas de apontar seu criador em seu ensaio, "Clockwork Prayer: A Sixteenth-Century Mechanical Monk." (Reza Mecânica: Um Monge Mecânico do Século XVI).
O que se sabe do monge é que o Rei Filipe II, filho de Carlos V, autorizou Juanelo a criar a automatização penitente após o filho do rei ter se recuperado de uma doença mortal. O rei da Espanha orou pela recuperação de seu filho, prometendo um milagre por um milagre, e esta máquina de reza foi construída para ser seu milagre terráqueo.
Seja lá qual for a verdade da origem do monge, não há dúvidas de que ele é uma criação genial. Atualmente, ele está no Instituto Smithsonian, em Washington, onde ele tem sido estudado por W. David Todd, restaurador de cronometragem do Museu Nacional de História Americana. Todd tirou uma imagem de raio-x do monge, revelando seus complexos mecanismos internos.
Cada parte do corpo do monge pode fazer suas próprias ações; o corpo vira a cada 50 centímetros, mais ou menos; a cabeça balança para a esquerda e a direita; a boca move-se; os olhos olham para a cruz cada vez que ela é levantada; o braço direito bate no peito; e o esquerdo levanta e abaixa a cruz e o rosário.
“Eu recomendo olhar os diagramas do funcionamento interno do monge que o rei publicou. O que é especialmente intrigante é que alguns dos componentes foram esculpidos decorativamente, apesar de que não era um objetivo que algum humano olhasse para eles. É como se eles tivessem sido feitos apenas para a apreciação divina”, comenta Todd.
Mesmo que tenha exposto todas as suas entranhas mecânicas, o monge mecânico não irá entregar todos os seus mistérios. Contudo, ele continua sendo um testemunho do início da era da engenharia mecânica. Ele pode ter sido criado como um ato de gratidão religiosa, mas é um tributo à habilidade humana.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
QUAL A DIFERENÇA ENTRE CALOR E TEMPERATURA ?
É comum confundir calor
e temperatura como conceitos
equivalentes, ou imaginar que o calor pode ser armazenado. Calor é o nome dado à energia
térmica quando ela é transferida de um corpo a outro, motivada por uma
diferença de temperatura entre os corpos. É energia térmica em trânsito. No
verão, um lago pode armazenar energia térmica durante o dia e transferi-la ao
ambiente à noite na forma de calor.
Temperatura é
a grandeza física que permite medir
quanto um corpo está quente ou frio. Está relacionada à energia cinética das partículas de um corpo, à energia de movimento
das partículas. A chama de uma vela pode estar numa temperatura mais alta que a
água do lago, mas o lago tem mais energia térmica para ceder ao ambiente na
forma de calor.
Pelo tato temos a sensação de que um corpo está frio ou
quente. Mas essa sensação pode ser enganosa, pois utilizamos parâmetros individuais, ou seja, quente e frio são conceitos relativos. Para evitar isso, criou-se um
conceito chamado temperatura. A fim
de entendê-lo, vamos lembrar que toda matéria é composta de moléculas que
vibram permanentemente e, portanto, têm energia cinética. Este movimento ocorre
dentro da matéria, e por isso esta energia também é chamada de interna. A
temperatura de qualquer objeto está relacionada com a velocidade com que as
moléculas se “mexem”. Quando elas se movem depressa, o corpo está a uma
temperatura mais elevada. Quando se movem mais devagar, está a uma temperatura
mais baixa. Portanto, a temperatura de um material está relacionada com a
energia cinética de suas moléculas. Pode-se dizer também que quanto maior a
energia interna de um corpo, maior a sua temperatura. Ao se colocar em contato
dois corpos que estão em temperaturas diferentes, o mais frio esquenta e o mais
quente esfria, porque há entre eles uma transferência de energia.
A energia transferida entre corpos de diferentes
temperaturas chama-se calor.
A
transferência de calor de um corpo para outro ocorre até que os dois atinjam a
mesma temperatura, ou seja, entrem em equilíbrio térmico.
Termômetros
são os aparelhos que servem para medir a temperatura dos corpos. Os mais
conhecidos são os que se baseiam nas variações que o calor provoca em líquidos
termométricos, como o mercúrio, por exemplo.
Líquidos
termométricos são os que alcançam o equilíbrio térmico com
os corpos cuja temperatura está sendo medida.
Esses termômetros são formados por um depósito de vidro e
um tubo muito fino, chamado capilar, por onde o líquido sobe ao ganhar volume
pelo aumento de temperatura.
Por se tratar de instrumentos de medida, os termômetros
têm uma escala graduada. A graduação se
dá a partir de dois pontos fixos, correspondentes a dois fenômenos bem
conhecidos: a fusão do gelo e a ebulição da água. O intervalo de temperatura
existente entre eles é dividido em certo número de partes, denominadas graus.
Entre as escalas elaboradas, três são as mais conhecidas: a Celsius (oC), que é a mais
utilizada, a Fahrenheit (oF),
usada nos países anglo-saxões e a Kelvin
(K) ou absoluta, mais empregada
em trabalhos científicos.
TEMPERATURA
ð
Euritérmicos (eurys = largo): suportam larga
variação de temperatura externa.
ð
Estenotérmicos (estenos = estreito): não suportam larga
variação de temperatura externa.
É também um fator importante
para a fotossíntese e para a vida. O metabolismo de um animal retarda com o
calor – o meio, estando quente, o animal tem que produzir pouca energia a fim
de que a sua temperatura corporal seja constante – e acelera com o frio (nos
homeotérmicos).
ð
Homeotérmicos (homoios = semelhante; thermos = calor)
têm temperatura interna constante, pouco variando com a externa. Exs.:
mamíferos e aves.
Por
mais que a temperatura do meio varie, a temperatura corporal dos homeotermos
(aves e mamíferos) se mantém constante. O centro nervoso que regula a
temperatura corpórea é o HIPOTÁLAMO.
Hibernação:
certos seres homeotermos reduzem sua temperatura quando
diminui a temperatura ambiente, reduzindo também suas atividades vitais. É o
chamado sono hibernal ou hibernação (morcegos, marmotas,
ouriços).
Durante
o sono hibernal, decresce extraordinariamente toda a atividade vital
desses animais; sua temperatura baixa até ser um pouco superior à do ar
existente em suas tocas; seu pulso torna-se mais lento e a respiração entrecortada.
Nutrem-se então de gordura que acumularam sob a pele durante o outono e,
inativos, consomem-na vagarosamente, exigindo menor quantidade de oxigênio para
a sua oxidação.
O
urso, na verdade, não faz hibernação verdadeira (falso hibernante), porque, uma
vez tocado, ele acorda do sono hibernal e a sua temperatura não diminui tão
intensamente como a dos hibernantes verdadeiros, além de que o seu metabolismo
corporal não sofre significativa redução.
ð Pecilotérmicos (poikilos =
variável) ou Heterotérmicos ou Poiquilotermos: são animais cuja temperatura interna é variável de acordo com o meio
ambiente. Ex.: invertebrados, peixes, anfíbios e répteis. Os vegetais, de modo
geral, são também aqui colocados. São os ditos seres de vida “oscilante”.
Assinar:
Postagens (Atom)