Vestibulandos contam as estratégias que vão
traçar para melhorar desempenho no exame.
20 de agosto de 2011 - 15h 48 - Marcelle Souza - Especial para o Estadão.edu
Pamela Agoha, 17 anos, vai encarar a prova do Enem pela segunda vez este ano. Em 2010, ainda no 2.º ano do ensino médio, a estudante decidiu fazer o teste para avaliar quais eram as suas principais deficiências. Com o resultado em mãos, ela agora corre contra o tempo para enfrentar melhor a maratona de 180 questões e uma redação nos dois dias de teste. Assim como Pamela, quem já sabe como funciona a avaliação pode sair na frente se souber tirar lições dos erros cometidos em outras edições do exame.
“A prova é fácil, mas é muito longa. Não fui mal, mas vi que preciso melhorar em física e em matemática”, afirma ela, que tirou 650 na parte objetiva e 700 na redação. A coordenadora pedagógica do Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, explica que, assim como a candidata, todos que já passaram pela prova podem fazer um balanço do seu desempenho para conseguir um resultado melhor este ano. “Se o aluno tirou uma nota mediana em todos as matérias, pode estar com dificuldade de interpretar os textos dos enunciados. Para isso, é possível exercitar fazendo questões de interpretação aplicadas em anos anteriores”.
Com uma breve avaliação da sua pontuação no Enem de 2010, Priscila Ávila, 17 anos, percebeu que esse era exatamente o seu problema. “Confesso que não li direito todas as questões, os textos eram grandes. Dessa vez, tenho que prestar mais atenção, porque a prova exige muita interpretação”, diz. O coordenador de vestibular do Anglo, Alberto Francisco do Nascimento, afirma que outra maneira de suprir essa deficiência é ter uma rotina diária de leitura. “O aluno pode pegar uma revista e tentar interpretar mapas, gráficos, ver uma tabela para entender e comparar os dados.”
Redação.
Este ano, 5,4 milhões de alunos estão habilitados para fazer o Enem nos dias 22 e 23 de outubro. As datas não coincidem com o calendário da Fuvest, Unifesp e Vunesp. Entre os candidatos, estão os veteranos Carolina Lucca, de 20 anos, e Gustavo Filieu, de 19 anos, que descobriram que precisam melhorar na redação. “Estou escrevendo mais textos para exercitar”, diz Gustavo, que quer passar para Medicina.
Como os participantes têm apenas uma hora para fazer a redação, Nascimento diz que é preciso ficar atento não só à qualidade, mas também ao tempo dedicado à ela. “Faça primeiro as questões e depois o texto. Cansou? Então, comece a rascunhá-lo e depois volte para tentar resolver as perguntas mais difíceis”.
Além da parte teórica, os candidatos dizem que aprenderam a se preparar fisicamente para se dar bem na prova. “São dois dias desgastantes, então decidi que vou ao cinema na noite anterior. Prefiro descansar a estudar”, afirma Carolina. Nascimento concorda e diz que a véspera do Enem é hora de relaxar, separar o material que será usado no teste e descobrir qual é o meu trajeto para chegar até o local de prova.
Para diminuir o nervosismo, Letícia Cossi Salvador, 19 anos, descobriu que é melhor enfrentar 267 km de viagem para sair de São Paulo e ir até a sua cidade natal para fazer a avaliação. “Vou para São José do Rio Pardo um dia antes. Fico bem descansada e não tem corro o risco de ficar presa no trânsito ou de me perder na hora de encontrar a escola”, diz a estudante que vai fazer o Enem pela terceira vez.
No domingo, os participantes vão fazer uma prova objetiva de quatro horas e meia com 90 questões, metade de ciências humanas e a outra parte de ciências naturais. O segundo dia tem mais 90 perguntas, divididas entre as de linguagens e as de matemática, além da redação. No segundo dia, o tempo máximo de permanência na sala é de cinco horas e meia.
Professores e alunos dizem que são poucas horas para resolver todas as questões e, por isso, cada aluno precisa descobrir o melhor jeito para aproveitar o tempo. “A prova é longa, então começo a resolver as questões de português, em que tenho mais facilidade, e acabo ficando mais segura”, diz Carolina.
Para quem nunca fez o Enem e ainda não sabem por onde começar, a coordenadora do Objetivo dá a dica. “Ainda dá tempo, mas, como todo esportista, é preciso treinar. Use os recursos da sua escola, faça exercícios semelhantes, pergunte aos professores e tire todas as dúvidas”, afirma Vera Lúcia.
Fonte: Estadão.Edu
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