sexta-feira, 25 de março de 2011

Newton x Einstein

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Escrito e enviado por Belmiro Wolski.
     Chegando ao céu, Einstein é recepcionado por São Pedro, que o encaminha aos seus aposentos. No dia seguinte, ainda meio aturdido pelos últimos acontecimentos, sai para um passeio, caminhando calmamente pelos jardins envoltos por uma névoa fina e delicada. O lugar é tranqüilo, com pouca gente circulando, todos com uma impecável veste branca.
     - Parece que o céu não é um lugar muito povoado mesmo – pensa. Mais adiante, um senhor está sentado em um banco embaixo de uma grande árvore. É uma figura estranha, magro e com uma peruca branca de cabelos encaracolados e compridos. Einstein se aproxima e o cumprimenta.
     - Está um lindo dia não?
     - O senhor deve ser o famoso Einstein, estou certo? – responde secamente o senhor da peruca.
     - Correto. Mas como sabia? – pergunta Einstein, surpreso.
     - Foi Ele quem me falou ontem que você estava para chegar.
     - Ele quem? Deus?
     - E quem mais haveria de ser?
     - Então podemos conversar com Ele, senhor, senhor…?
     - Newton. Isaac Newton.
     - Isaac Newton!! Estou diante de Isaac Newton? Mas é uma honra!
     Mas Newton parece estar aborrecido com Einstein e não retribui o elogio. Em seguida pergunta, em tom áspero.
     - Então foi o senhor que minimizou a importância das minhas descobertas?
     - Como assim, não estou entendendo… – responde Einstein, dissimulando.
     - A mecânica newtoniana foi transformada em um caso particular, depois da sua teoria geral da relatividade.
     - Puxa, sinto muito se o magoei. Não foi intencional. Sabe como é, a ciência tem que evoluir. Além do mais, cedo ou tarde alguém teria descoberto a mesma coisa.
     - Você alterou totalmente o entendimento da gravidade. De onde você tirou aquela idéia de espaço curvo?
     - Bem, eu…
     - Deixe prá lá. Isso não tem mais importância. Mas eu tinha que falar. Estava engasgado.
     - Aceita um mel? – pergunta Newton, tirando um potinho da sacola.
     -  Não obrigado! Mas a sua teoria é muito importante para a maioria dos casos.
     - Obrigado. – e levantando-se com o potinho de mel nas mãos, diz -Agora tenho que ir para minha aula de harpa.
     E antes que Einstein dissesse alguma coisa, Newton complementa.
     - À tardezinha tem happy hour com Ele no jardim principal. Nos reunimos todo dia para jogar dados. Não quer ir?
     - Mas Deus não joga dados! – exclama Einstein, surpreso.
     - Isto é o que você pensa! Aliás, é a única coisa que se pode jogar por aqui. Cartas é só lá embaixo. Sabe como é…
   - À propósito. Ele me levou para dar uma espiadinha no futuro. Dois mil e pouquinho. Sua teoria está sendo muito usada lá. Utilizam para cálculos em telecomunicações, viagens espaciais, laboratórios de pesquisa e muito mais. Parabéns.
     - Obrigado. – responde Einstein, satisfeito.
   - Ah, já ia me esquecendo. Tem uma outra teoria que está fazendo muito sucesso por lá. Chamam de teoria das supercordas. E ao que tudo indica, a sua teoria geral é um caso particular desta.
     E, virando as costas, Newton se afasta, com um sorriso debochado no rosto, como a dizer – sua teoria também não é completa.
     Einstein, encucado, observando Newton se afastar, exclama para si mesmo:
     - Humpf. Há séculos aqui e nem harpa aprendeu a tocar ainda.

Fonte: Humor da Ciência

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